quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Assembleia Conjunta é última etapa no processo de incorporação da Credialves

No próximo dia 07 de outubro acontece a última etapa do processo de incorporação de Credialves pela Blucredi, com a realização da Assembleia Geral Extraordinária Conjunta entre os associados de ambas as cooperativas. Na ordem do dia, a deliberação sobre o relatório elaborado pela comissão mista e parecer do auditor independente. A assembleia será realizada no Clube Blumenauense de Caça e Tiro, com terceira e última convocação às 19h 30.


Unanimidade

As assembleias gerais extraordinárias da Blucredi e da Credialves aconteceram nos dias 12 e 14 de setembro, respectivamente. Em ambas, os associados presentes aprovaram por unanimidade a incorporação da Credialves pela Blucredi. “Será a primeira vez na história do cooperativismo brasileiro que uma cooperativa sob intervenção do Banco Central do Brasil (BC) será incorporada”, destaca o presidente da Blucredi, João MarcosBaron. Segundo o presidente, "após outros sistemas não manifestarem interesse e acharem o caso de difícil solução, a Blucredi se credenciou em abril de 2013 e solicitou prazo ao Banco Central para analisar a real situação da Credialves e elaborar proposta que possibilite a incorporação sem ônus aos associados Blucredi". O profissionalismo com que atua no mercado foi determinante, segundo Baron, para que o BC admitisse a possibilidade de incorporação. “Ao longo destes meses, em um trabalho conjunto com o interventor nomeado pelo BC, João Maximo Iurk, construímos uma solução que contemplasse ambos os lados. Uma causa que parecia impossível, a Blucredi tornou viável”, afirma Baron.

A solução, de acordo com o presidente, construída com inteligência de mercado, proporciona ao associado da Credialves pagar parte dos débitos com sobras futuras. “O associado da Blucredi não vai pagar esta conta”, destaca o presidente. “O que vamos garantir são as condições para que os quase seis mil sócios da Credialves tenham possibilidades de arcar com o prejuízo”, afirma. Baron lembra que no sistema cooperativista, os associados são responsáveis pela cooperativa, “têm direitos e deveres e entre estes está ratear as sobras(lucro) e as despesas (prejuízo)”. O que a Blucredi pode fazer, explica o presidente, é parcelar o pagamento conforme o rateio das despesas já aprovado em assembleia da Credialves. “Isso evita que o sócio faça o desembolso à vista, prejudicando inclusive a economia dos municípios em que a Credialves atua. Esta conta será paga com os resultados futuros, ao longo de cinco anos”, explica Baron.  Para isolar o sócio da Blucredi deste rateio, será criada uma superintendência específica para os atuais associados da Credialves e todos os resultados provenientes da movimentação desta superintendência serão contabilizados para o pagamento dos prejuízos do exercício 2012/2013. 

Razões para a incorporação

- Credibilidade do Cooperativismo na região;
- Evitar a liquidação da Credialves e suas consequências socioeconômicas (sendo que 1/4 da economia do município de Luis Alves é movimentado pela Cooperativa)
- Expansão da carteira de crédito rural da Blucredi;
- Ampliação dos negócios da Blucredi no mercado regional.

Entenda o caso

A Credialves foi fundada no ano de 2001, com a união das famílias agricultoras da cidade de Luís Alves, que encontraram na cooperativa o caminho para realizar seus sonhos. Aos poucos cada vez mais produtores foram integrando-se ao grupo e fortalecendo o objetivo de tornar o crédito um instrumento ao desenvolvimento local. Desde o início, o foco da cooperativa foi a inclusão do agricultor ao sistema financeiro através do crédito e de programas para melhorar a qualidade de vida e de trabalho do cooperado. 

Quando sofreu intervenção do Banco Central do Brasil, em março deste ano, a Credialves contava com 10 postos de atendimento (agências), 65 funcionários e cerca de 6.300 cooperados. A área de abrangência é formada pelos municípios de Luis Alves, Massaranduba, São João do Itaperiú, Navegantes, Ilhota, Gaspar, Blumenau, Guaramirim, Schroeder, Balneário Piçarras, Itajaí, Barra Velha, Imbituba, Paulo Lopes, Tubarão, Capivari de Baixo, Guaruva, Joinville, Corupá, Araquari, São Francisco do Sul, Itapoá, Barra do Sul, Tijucas, Camboriú, Indaial, Doutor Pedrinho, Penha, Rio dos Cedros, Benedito Novo, Rio do Oeste e Laurentino, em Santa Catarina e Matinhos e Guaratuba, no Paraná.

A intervenção foi decretada pela Diretoria de Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural do Banco Central, que determinou abertura de inquérito e nomeou uma comissão de intervenção, pelo prazo de 90 dias. Em junho, o Banco Central prorrogou a intervenção por mais seis meses. O processo é conduzido pelo interventor, João Maximo Iurk. 



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