No próximo dia 07 de outubro acontece a última etapa do processo
de incorporação de Credialves pela Blucredi, com a realização da
Assembleia Geral Extraordinária Conjunta entre os associados de ambas as
cooperativas. Na ordem do dia, a deliberação sobre o relatório elaborado pela
comissão mista e parecer do auditor independente. A assembleia será realizada
no Clube Blumenauense de Caça e Tiro, com terceira e última convocação às 19h
30.
Unanimidade
As assembleias gerais
extraordinárias da Blucredi e da Credialves aconteceram nos dias 12 e 14 de
setembro, respectivamente. Em ambas, os associados presentes aprovaram por unanimidade
a incorporação da Credialves pela Blucredi.
“Será a primeira vez na história do
cooperativismo brasileiro que uma cooperativa sob intervenção do Banco Central
do Brasil (BC) será incorporada”, destaca o presidente da Blucredi, João MarcosBaron.
Segundo o presidente, "após outros sistemas não manifestarem interesse e
acharem o caso de difícil solução, a Blucredi se credenciou em abril de 2013 e
solicitou prazo ao Banco Central para analisar a real situação da Credialves e
elaborar proposta que possibilite a incorporação sem ônus aos associados
Blucredi". O profissionalismo com que atua no mercado foi determinante,
segundo Baron, para que o BC admitisse a possibilidade de incorporação.
“Ao longo destes meses, em um trabalho conjunto com o interventor nomeado pelo
BC, João Maximo Iurk, construímos uma solução que contemplasse ambos os lados.
Uma causa que parecia impossível, a Blucredi tornou viável”, afirma Baron.
A solução, de acordo com o presidente, construída com inteligência de
mercado, proporciona ao associado da Credialves pagar parte dos débitos com
sobras futuras. “O associado da Blucredi não vai pagar esta conta”, destaca o
presidente. “O que vamos garantir são as condições para que os quase seis mil
sócios da Credialves tenham possibilidades de arcar com o prejuízo”, afirma. Baron lembra
que no sistema cooperativista, os associados são responsáveis pela cooperativa,
“têm direitos e deveres e entre estes está ratear as sobras(lucro) e as
despesas (prejuízo)”. O que a Blucredi pode fazer, explica o presidente, é
parcelar o pagamento conforme o rateio das despesas já aprovado em assembleia
da Credialves. “Isso evita que o sócio faça o desembolso à vista, prejudicando
inclusive a economia dos municípios em que a Credialves atua. Esta conta será
paga com os resultados futuros, ao longo de cinco anos”, explica Baron.
Para isolar o sócio da Blucredi
deste rateio, será criada uma superintendência específica para os atuais
associados da Credialves e todos os resultados provenientes da movimentação
desta superintendência serão contabilizados para o pagamento dos prejuízos do
exercício 2012/2013.
Razões para a
incorporação
- Credibilidade do Cooperativismo
na região;
- Evitar a liquidação da
Credialves e suas consequências socioeconômicas (sendo que 1/4 da economia do
município de Luis Alves é movimentado pela Cooperativa)
- Expansão da carteira de crédito
rural da Blucredi;
- Ampliação dos negócios da
Blucredi no mercado regional.
Entenda o caso
A Credialves foi fundada no ano
de 2001, com a união das famílias agricultoras da cidade de Luís Alves, que
encontraram na cooperativa o caminho para realizar seus sonhos. Aos poucos cada
vez mais produtores foram integrando-se ao grupo e fortalecendo o objetivo de
tornar o crédito um instrumento ao desenvolvimento local. Desde o início, o
foco da cooperativa foi a inclusão do agricultor ao sistema financeiro
através do crédito e de programas para melhorar a qualidade de vida e de
trabalho do cooperado.
Quando sofreu intervenção do Banco Central do Brasil, em março deste
ano, a Credialves contava com 10 postos de atendimento (agências), 65
funcionários e cerca de 6.300 cooperados. A área de abrangência é formada pelos
municípios de Luis Alves, Massaranduba, São João do Itaperiú, Navegantes,
Ilhota, Gaspar, Blumenau, Guaramirim, Schroeder, Balneário Piçarras, Itajaí,
Barra Velha, Imbituba, Paulo Lopes, Tubarão, Capivari de Baixo, Guaruva,
Joinville, Corupá, Araquari, São Francisco do Sul, Itapoá, Barra do Sul,
Tijucas, Camboriú, Indaial, Doutor Pedrinho, Penha, Rio dos Cedros, Benedito
Novo, Rio do Oeste e Laurentino, em Santa Catarina e Matinhos e Guaratuba, no
Paraná.
A intervenção foi decretada pela
Diretoria de Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do
Crédito Rural do Banco Central, que determinou abertura de inquérito e nomeou
uma comissão de intervenção, pelo prazo de 90 dias. Em junho, o Banco Central
prorrogou a intervenção por mais seis meses. O processo é conduzido pelo
interventor, João Maximo Iurk.
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